Viver encenando um papel não faz parte do meu caráter. Teria muitos motivos para fugir da realidade e encarar personagens, criaturas estas que me dariam o sossego merecido. Caminharei passo a passo, buscarei não limitar meus pensamentos, trajetórias, derrotas, vitórias. Aqui é o espaço para depósito dos ensaios desta vida, em algum momento cairá a ficha que ela é real.
01/09/2010
Rota
Em casa, na sala, sentada no sofá, pensando, veio o prisioneiro e me tirou o sossego. Amigos?, ele perguntou. Não, respondi. Como poderia? Como seria? Não. Fechei a janela. De noite, no quarto, berros. Não me contive. Berrei. Explodi. Ponto Final. Meus sonhos, meus objetos, meu sorriso, a construção de anos... Se foi. O que eu perdi? Nada. Ganhei. Venci. Subi um degrau. Escorreguei. Agarrei. Subi mais dois degraus. Não mudei meus objetivos, mudei a rota. A carne foi cortada pela navalha da traição. Cicatrizou. Horas, dias, meses, anos, voltei. Olhei. Caminhei e senti o vento, ouvi os pássaros, calei. Silêncio. Sobrevivi, eu disse. Acalentada pelo amor de Deus, abastecida pela fé em Sua graça, sorri.
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